Matéria escrita pela repórter Margarida Telles em 02/09/2011:
Desde que nasceu, em uma pequena cidade de Ohio, Jack era diferente. Quando soube que teria um menino, seu pai, John, ficou feliz. Já tinha uma filha e queria um garoto para acompanhá-lo em atividades tipicamente masculinas como jogar bola ou pescar. Mas as coisas não seguiram esse rumo. Ainda pequeno, Jack parecia se identificar mais com posturas femininas. Quando ele tinha 18 meses, já dava pra perceber que era fora do comum. A criança adorava se produzir, dançar e vestia fantasias de meninas, como roupas de princesa e bailarina. “Tentamos comprar fantasias de super heróis, mas ele nunca teve interesse”, diz a mãe da criança, Jennifer, ao Good Morning America.
A primeira pessoa a perguntar para Jack se ele não se identificava como um menino foi a sua irmã mais velha, Sagan. “Você quer ser uma menina?”, disse para o irmão. Ele respondeu “sim”. Quando Jackie tinha três anos, sua mãe começou a pesquisar na internet sobre transexuais. Na pré-escola, a vida de Jack já estava complicada, com as crianças o chamando de gay – o que é diferente de não se identificar com o próprio gênero.
Com 10 anos de idade, Jack virou para a mãe e disse emocionado “eu sou uma menina e não consigo mais viver assim”. A mãe lhe garantiu “vai ficar tudo bem”. A partir daquele momento, a família decidiu aceitar que Jack era uma menina no corpo de um menino. No começo, deixavam ele se vestir com roupas de garota em casa. Depois, veio a decisão mais difícil. Deixaram-no ser uma menina. Abandonaram o pronome “ele”, passaram a chamá-lo apenas por Jackie e se alguém pergunta para os pais quantos filhos eles têm, respondem “temos duas meninas”.
Nem todos reagiram tão bem à decisão. O avô de Jackie duvida que uma criança de dez anos tenha maturidade para fazer uma escolha tão importante. E novas escolhas virão. Com a chegada da puberdade, precisarão decidir se Jackie tomará hormônios para barrar o desenvolvimento de seu corpo de menino.
Fiquei impressionada com a história, e com a capacidade dos pais de aceitar um filho (ou filha) único. Embora as escolhas que envolvam a sexualidade e gênero sejam cada vez mais respeitadas, lidar com as consequências destas escolhas ainda é desafiador. Confira abaixo o vídeo sobre a história de Jackie (em inglês).
Fonte: Época
Catei do Facebook da digníssima Sabrina.
É importantíssimo respeitar as escolhas sexuais das pessoas e assim, em geral, o temos feito. Batemos no peito e dizemos que não temos preconceito mas, em verdade, nós temos. Enquanto o gay, homossexual, lésbica, bi, transexual, etc, for apenas nosso amigo não há problema. Todavia, quando ele adentra em nosso círculo mais interno, como nosso irmão, pai, mãe, filho, notamos que somos preconceituosos sim. Pois, por mais que se diga não haver preconceito, poucas pessoas diriam que não se importariam em vestir o filho como filha.
Os pais de Jackie o acolheram de um modo como poucos fariam e aí está algo a ser aprendido. É dever de toda geração conquistar um mundo melhor para a próxima.
A geração de agora conquistou a idéia de que ser diferente é normal. Aceite isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário